Maria Firmina dos Reis (1822-1917) foi uma escritora brasileira, considerada a primeira romancista negra do Brasil e da América Latina. Nascida na Ilha de São Luís, no Maranhão, enfrentou barreiras sociais e raciais ao longo de sua vida, mas se destacou por sua inteligência, ativismo e produção literária. Professora primária por muitos anos, contribuiu para a educação de crianças maranhenses.
Publicou em 1859 o romance abolicionista "Úrsula", uma obra revolucionária para a época que aborda temas como a escravidão, o preconceito racial e o papel da mulher na sociedade. Defensora ferrenha da abolição da escravidão, utilizou a literatura como ferramenta de crítica social e luta por justiça. Além da ficção, Firmina também se dedicou à coleta e registro de elementos da cultura popular maranhense, contribuindo para a preservação da tradição oral.
Sua obra inclui o romance "Úrsula" (1859) e o conto abolicionista "A Escrava" (1887). Apesar do reconhecimento tardio, Maria Firmina dos Reis é hoje celebrada como uma pioneira da literatura afro-brasileira, cujo legado corajoso e inovador contribuiu para a denúncia do racismo, a luta pela abolição e a valorização da cultura negra.